Cidade Do Zero: um evento dedicado à sustentabilidade

Cidade Do Zero: um evento dedicado à sustentabilidade

5 de Julho, 2022 0

A “Cidade do Zero” é um evento imersivo de três dias (8, 9 e 10 de julho) sobre sustentabilidade, com palestras, workshops, mercado de trocas e várias marcas que colocam a responsabilidade social e ambiental no topo das suas prioridades, que decorrerá no Pavilhão do Conhecimento.

O UniPlanet falou com Catarina Barreiros, fundadora do Projeto Do Zero e, organizadora da Cidade Do Zero, em parceria com o Pavilhão do Conhecimento, para ficar a conhecer melhor este evento.

 

UniPlanet (UP): Como surgiu a ideia para o evento Cidade do Zero e qual é o seu principal objetivo?

A Cidade do Zero já está a ser pensada há quase dois anos. Na altura, sentimos que uma das coisas que fazia muitas pessoas estarem mais afastadas do tema da sustentabilidade era o estar preso nas mesmas rotinas, a ouvir os mesmos canais, a comprar nos mesmos sítios… sentimos que, com uma experiência completamente imersiva no mundo da sustentabilidade e em tudo o que tão bom traz, não haveria como ficar-se indiferente a estes temas. E foi isso que quis trazer. Um espaço onde se traz a sustentabilidade para todas as pessoas, de forma inclusiva e pensada para cativar e mostrar soluções, espoletar debates e conversas e conhecer projetos nacionais muito alinhados com aquilo que sonhamos ser a cidade do futuro.


UP: De que forma este evento procura ter o menor impacto ambiental possível?

Para que este evento fosse o mais amigo do ambiente possível, procurámos fazer escolhas mais sustentáveis para todas as necessidades da Cidade do Zero. Desde os stands, aos equipamentos necessários ao funcionamento do evento, até ao destino dos materiais utilizados, tudo foi pensado no sentido de causar a menor pegada ecológica.

Assim, na Cidade do Zero, a estrutura dos stands será feita em andaimes (por serem reutilizáveis), a decoração dos mesmos será feita com tecidos de deadstock de fábricas nacionais e será ainda garantida a recirculação dos materiais utilizados na montagem do espaço.

O recinto vai contar com bebedouros de água – minimizando o lixo com a eventual compra de garrafas de água e permitindo voltar a encher garrafas reutilizáveis – e contar com caixotes de reciclagem, para incentivar e facilitar a separação do lixo.

Por último, a Cidade do Zero irá ainda compensar as emissões de carbono emitidas durante o evento.

 


UP: É também um evento inclusivo, queres explicar-nos como?

Sim, a Cidade do Zero quer ser inclusiva e acessível pelo que tivemos atenção a vários aspetos como a localização, de fácil acesso através de transportes públicos ou bicicleta, a questão do preço dos bilhetes, os acessos ao e no recinto para pessoas com mobilidade reduzida, e outras necessidades que possam ser as de pessoas que tenham algum tipo de condicionante clínica. Vamos oferecer os bilhetes aos acompanhantes de todas as pessoas com deficiência e vamos ainda disponibilizar a tradução de Língua Gestual Portuguesa em todos os espaços em que seja sinalizada a sua necessidade: qualquer pessoa que precise de tradução de alguma parte do evento para Língua Gestual Portuguesa, poderá enviar um e-mail para mercado@do-zero.pt, de modo que tenha uma experiência verdadeiramente inclusiva.

 


UP: Que atividades fazem parte do programa do evento?

O evento conta com palestras, workshops e com um mercado.

Na parte da educação, o principal foco do evento, vão acontecer mais de 50 palestras e workshops ao longo dos 3 dias.

Com as palestras vamos poder perceber como a crise climática afeta a saúde pública, vamos poder saber mais sobre a energia eólica, sobre a energia nuclear (se é uma boa opção ou não), saber mais sobre a Lei de Bases do Clima, sobre o Carbono Biodiverso, aprender sobre a importância da educação e empoderamento feminino, sobre acessibilidade, inclusão e ativismo, entre muitos outros temas atuais e necessários.

Com os workshops, uma vertente mais prática da educação, vai ser possível aprender coisas como fazer velas e sabão a partir de óleo alimentar usado, criar hortas, a cozinhar sem desperdiçar, tingir tecidos com plantas ou fazer bolos sem qualquer ingrediente de origem animal. Para as crianças haverá sessões de Leitura Infantil e Ateliers de brinquedos reciclados, entre outras atividades.

Na parte do mercado, a zona do consumo, vamos ter uma zona de reparação de roupa e calçado, uma zona de troca de roupa e livros (em que basta levar artigos em boas condições e trocar pelo mesmo número de artigos), um mercado de roupa em segunda mão e claro, um mercado mais convencional, mas em que todas as marcas presentes são portuguesas e se destacam por algum (ou vários) dos seguintes princípios: produção ética,  impacto social, circularidade, gestão de resíduos ou trabalho com matérias-primas recicladas.

A agenda de palestras e workshops pode ser consultada no site na Cidade do Zero em www.do-zero.pt/cidade-do-zero.

 

cartaz


UP: Que marcas poderemos encontrar no mercado da Cidade do Zero?

Tal como referido anteriormente, as marcas nacionais presentes no mercado da Cidade do Zero destacam-se por algum (ou vários) dos seguintes princípios: produção ética, impacto social, circularidade, gestão de resíduos ou trabalho com matérias primas recicladas e são as seguintes:

  • 55+ – Associação que ajuda a empregar pessoas desempregadas com mais de 55 anos. Vai participar com a presença de costureiras, que estarão durante os dias do mercado a fazer pequenos arranjos de peças de roupa
  • Benedita Formosinho – Marca de roupa made in Portugal, de slow fashion com materiais renováveis e responsáveis
  • BYOU – Marca nacional de slow fashion para mulher e criança
  • Bzugo – Marca nacional de acessórios de decoração e mobiliário feitos à mão com madeira local reaproveitada
  • Ecox – Marca nacional de detergentes feitos com óleo alimentar usado
  • Eona – Marca de swimwear feita de fibras recicladas
  • FLOW – Marca nacional de roupa interior menstrual reutilizável
  • GEM – Marca de malas de pele exclusivamente da Indústria alimentar, com certificação pelo LWG.
  • Gleba – Padaria nacional conhecida pela preservação do Trigo de Barbela
  • Isto – Marca portuguesa, de produção exclusivamente nacional conhecida pela transparência de preço e produção
  • Ivory – Marca de roupa que reverte para causas sociais, com foco na saúde mental
  • KC The Brand – Marca nacional de slow fashion que utiliza exclusivamente tecidos com mínimo impacte ambiental
  • Light Years Away – Roupa de desporto e swimwear feita exclusivamente de fibras recicladas
  • Lobo Apparel – Marca de slow fashion e produção nacional ética
  • Luna Home Decor – Marca nacional de utensílios de madeira, feito exclusivamente com reaproveitamento de madeiras
  • Maxileaf – Marca de pijamas e homeward nacional com produção própria e justa, com materiais renováveis
  • Naz – Marca responsável produzida em Portugal com matérias-primas renováveis ou recicladas
  • OIA Plast – Marca nacional que produz acessórios para a casa feitos exclusivamente de plástico reciclado
  • Phact – Cosmética sólida feita em Portugal
  • Puranna – Marca de produtos de casa (lençóis, toalhas de mesa, guardanapos) e higiene (discos, bolsas…) feitas com deadstock de fábricas portuguesas
  • R-Coat – Marca de roupa feita com guarda-chuvas partidos
  • Reshape – Marca pertencente a uma ONG, de cerâmica feita por pessoas do sistema prisional português
  • ReShoe – Oficina de reparação de calçado, especializada em limpeza de sapatilhas/ténis
  • SoSo Store – Marca nacional de brinquedos de madeira inspirados em provérbios portugueses
  • The Greastest Candle In The World – Velas feitas com óleo alimentar usado, em packaging reutilizado ou reciclado
  • Torres Novas – Marca de atoalhados de tradição portuguesa, com matérias-primas exclusivamente de origem renovável
  • Vintage For a Cause – Marca de roupa detida por uma ONG, que utiliza exclusivamente deadstock de fábricas portuguesas e trabalha no empoderamento de mulheres através da sua profissionalização
  • Wonther – Marca de joalharia ética

 

 UP: O evento não tem fins lucrativos. Como irá funcionar?

Sim, a Cidade do Zero não tem fins lucrativos. A totalidade do lucro da venda dos bilhetes vai reverter para associações portuguesas de impacte social e ambiental. Por outro lado, para quem comprar o bilhete de 3 dias, a GoParity oferece 5€ para investimento de impacto na plataforma. Este “voucher” deverá ser ativado presencialmente na banca da GoParity, na Cidade Do Zero, em qualquer um dos 3 dias do evento.

*A GoParity é uma plataforma de investimento de impacto que junta empresas que procuram financiamento a cidadãos e empresas que querem investir de forma sustentável. Mais sobre a GoParity em www.goparity.com

 


UP: Onde podemos encontrar mais informação sobre a Cidade do Zero? 

Toda a informação sobre a Cidade do Zero está disponível no site, em www.do-zero.pt/cidade-do-zero/, e ainda no Instagram em @catarinafpb onde se encontra um destaque com mais informações. Em caso de dúvidas é ainda possível enviar um e-mail para mercado@do-zero.pt.

Comentários
Siga-nos no Facebook, Instagram e Telegram!

Subscreva a nossa newsletter

[Newsletter Semanal]

Deixe um comentário