Árvores criam laços especiais com “amigos e família” e cuidam umas das outras

Árvores criam laços especiais com “amigos e família” e cuidam umas das outras

24 de Outubro, 2016 0

Floresta

Peter Wohlleben, guarda-florestal, e Suzanne Simard, cientista da Universidade de British Columbia, partilham um interesse comum. São já várias as décadas que dedicaram ao estudo sobre a comunicação entre as árvores, que se aliam ao fascínio de ambos pelo mundo natural.

As suas observações aparecem no documentário “Intelligent Trees” (disponível para visualização no Vimeo on demand), que explora o interessante mundo da rede de raízes e fungos que existe, debaixo dos nossos pés, na terra. Esta rede – “wood wide web”, a internet natural da terra – permite às árvores comunicar e criar laços entre elas, em grupos de “amigos” e “familiares”.

Tanto Suzanne Simard, no Canadá, como Peter Wohlleben, na Alemanha, nos dizem que precisamos de repensar o modo como vemos as árvores. Elas não estão meramente imóveis, a interagir de forma passiva; há muito mais a acontecer dentro da terra. Segundo o seu trabalho, as árvores reconhecem as da mesma espécie e apoiam-se mutuamente. Enviam sinais químicos às outras quando são atacadas por insetos, formam “amizades” e as árvores-mãe cuidam das suas “descendentes”.

“Existe, de facto, amizade entre as árvores. Elas podem criar laços como um casal idoso, em que uma cuida da outra”, diz Peter Wohlleben, autor do best-seller A vida secreta das árvores. “Estas árvores são amigas. Vê como os ramos grossos apontam em direções opostas? É para não bloquearem a luz da sua amiga”, afirma.

A forma como o seu diálogo antropomorfiza estes seres vivos nem sempre agrada a todos, mas o guarda-florestal alemão explica: “Uso uma linguagem muito humana. A linguagem científica remove toda a emoção e as pessoas deixam de a perceber. Quando digo, ‘As árvores amamentam as suas filhas’, todos sabem imediatamente o que quero dizer”.

Todos estes fatores fazem com que, a seu ver, seja possível afirmar-se que as árvores possuem emoções, como medo e dor, e uma “linguagem” própria que lhes permite comunicar umas com as outras.

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