Animale acusada de trabalho escravo

Animale acusada de trabalho escravo

20 de Dezembro, 2017 0

Loja da Animale

Três oficinas de costura que forneciam a roupa para a marca Animale mantinham trabalhadores em condições análogas à escravatura, afirmou o Ministério do Trabalho do Brasil.
Nestas oficinas, foram encontrarados costureiros (imigrantes bolivianos) que trabalhavam mais de 12 horas por dia e que moravam nesses locais, em condições degradantes, junto com cinco crianças.

Tinham longas jornadas de trabalho, com pouco tempo de descanso. Não ganhavam salário mensal, mas eram remunerados por cada peça costurada. Ganhavam, em média, 5 reais (1,27€) por cada peça das marcas Animale e A. Brand, do grupo Soma. Estas roupas são vendidas por cerca de 698 reais (178€) nas lojas das marcas.

Durante a investigação encontraram oficinas sem janelas para a circulação do ar, com fios elétricos perto de botijas de gás, com baratas e máquinas de costura perto das camas.
A Animale estabelecia os preços, os números de peças a serem produzidos e os modelos que deveriam ser costurados, através de mensagens no WhatsApp. As três oficinas costuravam exclusivamente para as marcas do grupo Soma.
A fiscalização decorreu em setembro de 2017.

“Eles não podem não saber a condição em que o principal produto da sua atividade económica é produzido”, disse Luís Alexandre de Faria auditor fiscal. “Do mesmo jeito que eles têm preocupação com a qualidade, com o valor da marca, eles têm que estar preocupados com o valor do ser humano que produz o produto que vai levar a sua marca.”

O aplicativo gratuito Moda Livre, uma iniciativa da ONG Repórter Brasil, foi criado em 2013 e oferece informações sobre 119 empresas da indústria têxtil, dando a conhecer os casos em que foram encontradas condições análogas à escravatura, como, por exemplo, no caso da Zara.

“Se a empresa consegue garantir que a blusa que será vendida atende aos padrões de qualidade e design esperados da marca, também consegue garantir que as condições de trabalho dos fornecedores não são contrárias à lei”, disse Carlos Juliano Barros, coordenador desta iniciativa.

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