A roupa que já não usa pode ganhar uma segunda vida no Re:Costura

A roupa que já não usa pode ganhar uma segunda vida no Re:Costura

9 de Fevereiro, 2017 0

Toda a gente tem roupa velha ou que já não veste. Os têxteis têm uma enorme pegada ecológica e não deveriam ser deitados ao lixo, mas reutilizados sempre que possível. O problema é que os modos convencionais de reutilização e reciclagem de têxteis não são suficientes.

No workshop Re:Costura, a roupa velha vai ser transformada em novas peças de roupa feitas à medida dos participantes.

O UniPlanet falou com os organizadores do Re:Costura para conhecer melhor este projeto que é uma parceria entre a FIO, a Circular Economy Portugal e a Fashion Revolution Portugal.

UniPlanet (UP): Dar uma segunda vida à roupa que não se usa: este é o lema do workshop Re:Costura. Como surgiu a ideia para este evento?

A ideia para o evento surgiu quando a Lindsey (fundadora da Circular Economy Portugal) entrou em contacto com a Marisa e a Ana (FIO), Teresa (Fashion Revolution Portugal), Sara (Impact Hub e Slow Re Purpose) e Luísa (voluntária no Repair Café). Ela apercebeu-se que todas estas mulheres partilhavam a mesma paixão: moda e sustentabilidade. Por isso resolveu juntá-las para que pudessem trocar ideias.
É evidente que a indústria da moda baseia-se numa economia linear e num modelo de consumo insustentável.¹

Tentámos encontrar formas criativas para repensar o modelo existente, e o conceito de re-desenhar roupas que estavam no fundo do armário, mas que ainda tinham algum potencial, interessou imediatamente a todas. Coincidentemente foi nessa altura que o CEP recebeu um convite do Condomínio Festival para participar com o Repair Café. Em vez disso, a Lindsey sugeriu que organizássemos o Re:Costura, que assenta na mesma filosofia de reutilização e ação colaborativa que pretende contribuir para a construção de uma sociedade sustentável.

UP: Podem contar-nos o que vai decorrer durante o workshop?

As participantes irão trazer três peças de roupa que já não usam, mas gostariam de transformar. Essas peças serão avaliadas pelas designers e modistas que fazem parte do projeto, de forma a escolher a peça que será mais indicada para transformar ou até fazer combinações possíveis com as outras peças. A participante dirá o que tinha em mente para avaliarmos a possibilidade de o fazer, caso venham sem ideias, exploramos o potencial da peça/material têxtil e uma vez decidida a transformação passamos para a confeção, para além das designers (Sara e Ana) e modista (Susana) que também vão desempenhar o trabalho de costureiras, existem costureiras (Paula e Margarida) na equipa que estarão lá para executar a transformação das peças.

UP: O que esperam que os participantes aprendam com o Re:Costura?

Em primeiro lugar o Re:Costura tem como objetivo inspirar o público a reutilizar roupas usadas de uma forma criativa, através da valorização da matéria-prima, vendo a transformação como método preventivo do desperdício. Apesar de termos lotação limitada para participantes, (as inscrições já se encontram esgotadas) todas as pessoas são bem vindas no dia 11 de fevereiro no café Largo, para nos verem em ação e inspirarem-se nas peças transformadas que estarão expostas e nas que resultem do evento.

Em segundo lugar o Re:Costura pretende ligar os consumidores com costureiras locais, valorizando o trabalho de designers, modistas e costureiras. Não precisamos de importar roupas baratas do outro lado do mundo quando temos costureiras, altamente qualificadas, ao virar da esquina!
Finalmente, em terceiro lugar, o Re:Costura pretende criar consciência relativamente ao impacto criado pelas nossas roupas. Nesse sentido, no dia do evento, o Fashion Revolution Portugal vai também exibir um documentário sobre este assunto.

UP: Que conselhos dão aos consumidores que queiram quebrar este ciclo de comprar roupa e deitá-la fora?

  1. Estimem o que já têm e reutilizem até quando for possível;
  2. Façam arranjos em peças danificadas;
  3. Transformem as peças que já não utilizam, mas cujo material têxtil ainda esteja em bom estado;
  4. Comprem apenas aquilo que precisam, de preferência em segunda mão;
  5. Se for para comprar de novo, então comprem pela qualidade e não pela quantidade… uma t-shirt de 5€ não durará mais que 5 meses.

UP: Onde podemos encontrar mais informação sobre os organizadores deste workshop?

FIO:
site
ou
Facebook

CEP:
site
ou
Facebook

Fashion Revolution Portugal:
site

ou
Facebook

¹ O modelo de consumo dos dias de hoje é :

  1. A roupa é produzida em grande escala com um enorme impacto ambiental e social;
  2. A maior parte da população continua a comprar roupa nova apesar de ter o roupeiro cheio;
  3. Em média, a roupa “velha” é deitada fora após um ano de uso – ao mesmo tempo que a indústria não investe o suficiente numa reutilização e reciclagem sustentável.

Vejam mais em:

Re:Costura
11 de fevereiro, 16h-19h
Largo Residências – Largo do Intendente 19, Lisboa
Contacto: recostura.lx@gmail.com

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