537 Provérbios sobre a Agricultura

537 Provérbios sobre a Agricultura

6 de Maio, 2023 0
  1. Janeiro, gear; fevereiro, chover; março, encanar; abril, espigar; maio, engrandecer; junho, a ceifar; julho, debulhar; agosto, engavelar; setembro, vindimar; outubro, revolver; novembro, semear; dezembro, nasceu Deus para nos salvar.
  2. Janeiro, gear; fevereiro, chover; março, encanar; agosto, recolher; setembro, vindimar.

 

Janeiro

  1. Para o minguante de janeiro, guarda o melhor madeiro.
  2. Em minguante de janeiro, corta teu madeiro.
  3. A nódoa de janeiro não sai durante o ano inteiro.
  4. Água de janeiro traz azeite ao olival, vinho ao lagar e palha ao palheiro.
  5. Da flor de janeiro, ninguém enche o celeiro.
  6. Dia de São Sebastião, laranja na mão.
  7. Em janeiro, põe-te no outeiro, se vires verdear põe-te a chorar, se vires torrear põe-te a cantar.
  8. Em janeiro, sobe o outeiro, se vires gear põe-te a cantar, se vires verdejar põe-te a chorar.
  9. Janeiro e fevereiro enchem ou vazam o celeiro.
  10. Janeiro geadeiro, nem boa meda nem bom palheiro.
  11. Janeiro greleiro não enche o celeiro.
  12. Janeiro mijão não dá palha nem pão.
  13. Janeiro molhado, se não cria pão, cria gado.
  14. Janeiro molhado, se não é bom para o pão, não é mau para o gado.
  15. Quem apanha a azeitona antes do Santo André fica-lhe o azeite no pé e, antes de janeiro, fica-lhe o azeite no madeiro.
  16. Quem azeite colhe antes de janeiro, azeite deixa no madeiro.
  17. Se queres ser bom ervilheiro, semeia no crescente de janeiro.
  18. Trigo de janeiro engorda o carneiro.
  19. Trovoada em janeiro, nem bom prado, nem bom palheiro.
  20. O que janeiro deixa nado, maio deixa espigado.

 

Fevereiro

  1. Barra roxa em sol nascente, água em três dias não mente.
  2. Se quiseres alho cabeçudo planta pelo Entrudo.
  3. Quem quiser o alho cabeçudo sache-o pelo Entrudo.
  4. A castanha e o besugo, em fevereiro não têm sumo.
  5. Castanha e vesugo em fevereiro não têm sumo.
  6. Aveia de fevereiro enche o celeiro.
  7. Chuva de fevereiro vale por estrume.
  8. Chuva de fevereiro vale um estrumeiro.
  9. Em fevereiro chuva, em agosto uva.
  10. Em fevereiro sobe ao outeiro, se vires verdejar, põe-te a chorar; se vires a terrear, põe-te a cantar.
  11. Em fevereiro, ergue-te centeio.
  12. Em fevereiro, mete obreiro.
  13. Fevereiro enxuto rói mais pão, do que quantos ratos há no mundo.
  14. Não chovendo em fevereiro, não há bom prado nem bom colmeiro.
  15. Neve de fevereiro presságio de mau celeiro.
  16. Neve que em fevereiro cai das serras, poupa um carro de estrume às vossas terras.
  17. Quando não chove em fevereiro, não há bom prado nem bom palheiro.
  18. Quando não chove em fevereiro, nem bom centeio nem bom lameiro.
  19. Quando não chove em fevereiro, nem bom pão nem bom lameiro.
  20. Quando não chove em fevereiro, nem bom prado, nem bom centeio.

 

Março

  1. Nasce a erva em março, ainda que lhe deem com o maço.
  2. Cavas em março e a renda pelo S. João, todos o sabem, mas poucos a dão.
  3. Em março, as noites com os dias, e os centeios com os matos.
  4. Em março, espetam-se as rocas e sacham-se as hortas.
  5. Em março, ouga a erva com o sargaço.
  6. Em março, ouga a noite com o dia, e o pão com o sargaço.
  7. Março chuvento ano lagarento.
  8. Março chuvoso, São João farinhoso.
  9. Nasce erva em março, ainda que lhe deem com um maço.
  10. Poda em março, vindima no regaço.
  11. Podar em março é ser madraço.
  12. Quem não podar até março, vindima no regaço.
  13. Secura de março, ano de vinho.
  14. Trovoada em março, semeia de alto a baixo.
  15. Vento de março e chuva de abril fazem o maio florir.
  16. Vento de março e chuva de abril, vinho a florir.

 

Abril

  1. Abril molhado, ano abastado.
  2. Águas de abril são molhos de milho.
  3. Em abril, águas mil.
  4. A água que no verão há de regar, em abril há de ficar.
  5. A aveia até abril está a dormir.
  6. A chuvinha da Ascensão todo o ano dará pão.
  7. Água na Ascensão, das palhas faz grão.
  8. Chuva da Ascensão dá palhinha e dá pão
  9. Chuvas na Ascensão das palhinhas fazem pão.
  10. Quando chove na Ascensão até as pedrinhas dão pão.
  11. Abril frio, traz pão e vinho.
  12. Abril, frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado.
  13. Abril, quantas falopas de neve deitou, quantos grãos de pão criou.
  14. Águas de abril são mios de milho.
  15. Águas de abril são moios de milho.
  16. Águas de abril são molhos de milho.
  17. Antes a estopa de abril que o linho de março.
  18. De grão te sei contar que em abril não há de estar nascido.
  19. Do grão te sei contar que em abril não há de estar nada por semear.
  20. Do grão te sei contar que em abril não há de estar nado nem por semear.
  21. Do pão te hei de contar, que em abril não há de estar nascido nem por semear.
  22. Em abril lavras as altas, mesmo com água pelo machil.
  23. Em abril sacha e semeia que o céu te abençoa e te remedeia.
  24. Em abril, a natureza ri.
  25. Em abril, espigar.
  26. Em abril, pelos favais vereis o mais.
  27. Entre abril e maio, moenda para todo o ano.
  28. Invernia em janeiro e seca em abril, deixa o lavrador a pedir.
  29. Luar de abril come os renovos aos mil.
  30. O grão de abril, nem por semear nem nascido.
  31. Quem em abril não varre a eira e em maio não sacha a leira, anda todo o ano em canseira.
  32. Se não chove em abril, perde o lavrador o carro e o carril.
  33. Trigo em abril não deve ser nado, mas já semeado.
  34. Vinha que rebenta em abril dá pouco vinho para o barril.
  35. Vinho que rebenta em abril não rebenta barril.

 

Maio

  1. Quando maio chegar, quem não arou há de arar.
  2. Favas, o maio as dá, o maio as leva.
  3. A boa cepa, maio a deita.
  4. A erva, maio a dá, maio a leva.
  5. Água de maio, pão para todo o ano.
  6. Em maio gradai-o.
  7. Em maio verás a água com que regarás.
  8. Em maio, as cerejas uma a uma leva o gaio; em junho, a cesta e a punho.
  9. Em maio, iguala o pão com o mato, e a noite com o dia, o Manel com a Maria.
  10. Jeira de maio, vale os bois e o carro, e a de julho os bois e o jugo.
  11. Lama de maio e estrumação de S. João parecem bem, mas não dão pão.
  12. Maio as faz, maio as desfaz.
  13. Maio às pedradas deita por terra as searas.
  14. Maio chuvoso ou pardo faz o pão vistoso e grado.
  15. Maio couveiro não é vinhateiro.
  16. Maio coveiro não é vinhateiro.
  17. Maio engrandecer, junho ceifar, Julho debulhar.
  18. Maio faz o pão, e agosto o milhão.
  19. Maio frio e junho quente: bom pão, vinho valente.
  20. Maio frio, junho quente, torna o lavrador valente.
  21. Maio hortelão, muita chuva e pouco pão.
  22. Maio hortelão, muita palha e pouco pão.
  23. Maio jardineiro enche o celeiro.
  24. Maio pardo faz o grão grado.
  25. Maio pardo faz o pão grado.
  26. Maio pardo, ano farto.
  27. Maio pardo, enche o saco.
  28. Maio pardo, junho claro fazem o lavrador honrado.
  29. Maio pedrado destrói os pastos e não farta o gado.
  30. Maio serôdio ou temporão, espiga no grão.
  31. Mês de maio, mês das flores; mês de Maria, mês dos amores.
  32. Pelo São Matias, começam as enxertias.
  33. Quando em maio não troa, não é ano de broa.
  34. Quando maio chegar, quem não arou há de chorar.
  35. Quando maio chegar, quem não arou tem que arar.
  36. Quando o maio acha nado tudo deixa espigado.
  37. Quem em maio relva, não tem pão nem erva.
  38. Se não chover em maio e abril vende o lavrador os bois e o carril.
  39. Vinho que nasce em maio é para o gaio; o que nasce em abril vai para o funil; e o que nasce em março fica no regaço.

 

Junho

  1. Árvores e amores, enquanto não tiverem raízes terão folhas e flores.
  2. A chuva de São João tolhe a vinha e não dá pão.
  3. Água de São João talha o vinho e não dá pão.
  4. Águas de São João tiram vinho, azeite e não dão pão.
  5. Chuva de São João tira a uva e não dá pão.
  6. Lavra pelo São João e terás palha e pão.
  7. Chuva de São João tira o vinho e o azeite e não dá pão.
  8. A cortiça em junho sai a punho, em agosto a mascoto.
  9. Até ao São Pedro tem o vinho medo.
  10. Dia de S. Barnabé, seca-lhe a palha pelo pé.
  11. Dia de Santo António vêm dormir as castanhas ao castanheiro.
  12. Em dia de S. Pedro vai à tua Oliveira e, se vires um grão, espera um cento.
  13. Em junho foice em punho.
  14. Feno alto ou baixo, em junho é cegado.
  15. Feno alto ou baixo, em junho é sagrado.
  16. Junho floreiro paraíso verdadeiro.
  17. Junho, a ceifar.
  18. Nevoeiro de São Pedro põe em julho o vinho a medo.
  19. Nevoeiro de São Pedro põe em junho o vinho a medo.
  20. No dia de São Pedro, vai ver o teu olivedo, e se vires um bago, conta um cento.
  21. Nevoeiro no São João estraga o vinho e não dá pão.
  22. No mês de São João, para estar bem há de cobrir o milho o rabo do cão.
  23. No São João, semeia de gabão.
  24. O milho pelo São João deve cobrir um cão.
  25. O São Pedro tapa o rego.
  26. Pelo São João lavra se queres ter pão.
  27. Pelo São João, ceifa o pão.
  28. Pelo São João, figo na mão.
  29. Se quiseres vinho e pão, lavra pelo São João.

 

Julho

  1. Pelo Santiago pinta o bago e cada pinga vale um cruzado.
  2. Dia de S. Tiago, vai à vinha e acharás bago.
  3. Dia de S. Tiago, vai à vinha e apanha o bago.
  4. No dia de São Tiago, vai à vinha e prova o bago.
  5. Em São Tiago, tinta o bago.
  6. Dia de São Tiago, pinta o bago.
  7. Em julho, ceifa o trigo e o debulha, e setembro separando o vai limpando.
  8. Em julho, ceifo o trigo e o debulho, e em o vento soprando, o vou limpando.
  9. Em julho, reina o gorgulho.
  10. Julho é o mês das colheitas, agosto o das festas.
  11. Julho, debulhar.
  12. Malha pelo S. Tiago é de agrado, mas a de agosto já não dá gosto.
  13. Não há maior amigo, que julho com o seu trigo.
  14. O castanheiro quer em julho ferver e em agosto beber.
  15. Pela Santa Marinha vai ver a tua vinha, assim como a achares será a vindima.
  16. Pelo S. Tiago na vinha acharás bago; se não for maduro será inchado.
  17. Pelo S. Tiago na vinha acharás bago; se não for maduro será pintado.
  18. Pelo Santiago, cada pinga vale um cruzado.
  19. Pelo São Tiago cada gota de água vale um cruzado.
  20. Por Santa Ana, limpa a pragana.
  21. Por todo o mês de julho o celeiro atulho.

 

Agosto

  1. Quem em agosto ara, riqueza prepara.
  2. A quem não tem pão semeado, de agosto se faz maio.
  3. Água de agosto, açafrão, mel e mosto.
  4. Cava e esterco em agosto, lavrador alegra o rosto.
  5. Cava em agosto, enche o tonel de mosto.
  6. Chuva de agosto apressa o mosto.
  7. Chuva fina por Santo Agostinho é como se chovesse vinho.
  8. Dia de São Lourenço, vai à vinha e enche o lenço.
  9. Em agosto deve o milho ferver no caroço e a castanha no ouriço.
  10. Em agosto deve o milho ferver no carolo.
  11. Em agosto ferve o milho na espiga.
  12. Em agosto, nem vinho nem mosto.
  13. Em agosto, palhas ao palheiro, meninas ao candeeiro.
  14. Em agosto, sardinhas e mosto.
  15. Em agosto, toda a fruta tem seu gosto.
  16. Em agosto, vale mais vinagre que mosto.
  17. Não é bom o mosto colhido em agosto.
  18. Os nabos querem ver o luar de agosto.
  19. Pelo S. Bernardo seca-se a palha pelo pé.
  20. Quando chove em agosto chove mel e mosto.
  21. Quando chover em agosto, não compres mosto.
  22. Quem cava a vinha em agosto, enche a cuba de mosto.
  23. Quem debulha em agosto, debulha com mau gosto.
  24. Quem em agosto ara, riqueza prepara.
  25. Quem malha em agosto malha com desgosto.
  26. Se não debulhas em agosto, terás sempre desgosto.

 

Setembro

  1. Em setembro planta, colhe e cava, que é mês para tudo.
  2. Agosto amadurece, setembro vindima-se.
  3. Dia de São Mateus começam as enxertias.
  4. Dia de São Mateus vindimam os sisudos e semeiam os sandeus.
  5. Em setembro planta, colhe, cava e ri, que os santos e São Miguel velam por ti.
  6. Em setembro, palha no palheiro e meninas ao candeeiro.
  7. Em setembro, ramo curto, vindima longa.
  8. Em setembro, São Miguel soalheiro enche o celeiro.
  9. No pó semeia, que setembro to pagará.
  10. Para boas colheitas, pede bom tempo a Deus pelas têmporas de São Mateus.
  11. Para vindimar, deixa setembro acabar.
  12. Pelo São Mateus pega no arado e lavra com Deus.
  13. Pelo São Mateus pega nos bois e lavra com Deus.
  14. Por São Vicente alça a mão da semente.
  15. Por Santa Ireia, pega nos bois e semeia.
  16. Quem planta no S. Miguel, vai à horta quando quer.
  17. Setembro a comer e a colher.
  18. Setembro molhado, figo estragado.
  19. Setembro que enche celeiro dá triunfo ao rendeiro.
  20. Setembro, vindimar.

 

Outubro

  1. Em outubro sê prudente: guarda pão; guarda semente.
  2. Com a vinha em outubro, come a cabra, engorda o boi e ganha o dono.
  3. Dia de S. Francisco, semeia o teu linho mourisco.
  4. Por São Francisco, semeia o teu trigo, e a velha que o dizia, já semeado o tinha.
  5. Em outubro não fies lã; recolhe o teu milho e o teu feijão, senão de Inverno tens a tua barriga em vão.
  6. Em outubro sê prudente, guarda pão, guarda semente.
  7. Em outubro, centeio ruivo
  8. Em outubro, pelo S. Simão, favas no chão.
  9. No S. Simão, fava na mão.
  10. Outubro chuvoso torna o lavrador virtuoso.
  11. Outubro lavrar, novembro semear, dezembro nascer.
  12. Outubro meio chuvoso, torna o lavrador venturoso.
  13. Outubro pega tudo.
  14. Outubro recolhe tudo.
  15. Outubro rega tudo.
  16. Outubro sisudo recolhe tudo.
  17. Por São Lucas mata teus porcos e tapa tuas cubas.
  18. Por São Lucas, sabem as uvas.
  19. Por São Simão e São Judas, colhidas são as uvas.
  20. Quando outubro for erveiro, guarda para março o palheiro.
  21. Se em outubro demorares a terra a lavrar, pouco hás de enceleirar.
  22. Vindima em outubro, que São Martinho to dirá.

 

Novembro

  1. Em novembro põe tudo a secar; pode o sol tão cedo não voltar.
  2. Aí por São Clemente, lança mão de semente.
  3. Por São Clemente, alça a mão da semente.
  4. Cava fundo em novembro, para plantares em Janeiro.
  5. Em dia de S. Martinho semeia os teus alhos e prova o teu vinho.
  6. Aí por São Martinho, vai ver a tua vinha, tal a acharás, tal será a vindima.
  7. No dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho.
  8. Em novembro, prova o vinho e planta o cebolinho.
  9. Novembro à porta, geada na horta.
  10. Novembro, pelo S. Martinho, semeia o teu cebolinho.
  11. Novembro, semeia fava e linho.
  12. Pelo São Martinho abatoca o teu vinho.
  13. Pelo São Martinho mata o teu porquinho e semeia o teu cebolinho.
  14. Pelo São Martinho todo o mosto é bom vinho.
  15. Pelos Santos, favas por todos os cantos.
  16. Por S. Martinho nem favas nem vinho.
  17. Por São Martinho, semeia favas e linho.
  18. Por São Martinho, semeia o teu trigo, e a velha que o dizia, semeado tinha.
  19. Quem em novembro cava, o tempo estraga.
  20. Se queres pasmar teu vizinho, lavra, sacha e esterca pelo São Martinho.

 

Dezembro

  1. Em dezembro festejar, para em janeiro trabalhar.
  2. No Natal, tem o alho bico de pardal.
  3. Pelo Natal tem o alho ponta de pardal.
  4. Pelo Natal bico de pardal (alho).
  5. De Santos ao Natal, é bom chover e melhor nevar.
  6. Em dezembro, chuva; em agosto, uva.
  7. Em dia de São Tomé, favas à terra.
  8. Pelo Natal, sacha o faval.
  9. Pelo Natal se houver luar, senta-te ao lar; se houver escuro, semeia outeiros e tudo.
  10. Pelo Natal semeia o teu alhal, e se o quiseres cabeçudo semeia-o pelo Entrudo.
  11. Pelo Natal, poda natural.
  12. Pelo São Silvestre, nem no alho nem na réstea.
  13. Quando o menino nasceu tudo cresceu.
  14. Quem colhe azeitona antes do Natal deixa o azeite no olival.
  15. Quem quer bom alhal tem de o semear pelo Natal.
  16. Quem vareja antes do Natal deixa azeite no olival.
  17. Santa Bárbara por responso ou devoção afasta os raios para os montes que não dão palha nem pão.
  18. Tão bela como o laranjal, seja a tua alma pelo Natal.
  19. Tudo se quer no seu tempo, e os nabos, pelo advento.

 

Gerais

  1. Semeei em louvor de S. Joaquim. Se der dá, se não fica assim.
  2. Como vires o faval, assim espera pelo alhal.
  3. Couve: esterca-me uma vez e sacha-me uma vez.
  4. Entre couve e couve, alface.
  5. Aduba as terras, verás como medras.
  6. O estrume cria a novidade.
  7. A aveia quer ver o lavrador voltar para casa.
  8. A boa horta disse que a sachassem e não regassem.
  9. A campo fraco, lavrador forte.
  10. Quem semeia, sempre colhe.
  11. Quem semeia colhe.
  12. Semear para colher.
  13. Quem semeia em arneiros, semeia moios e colhe quarteiros.
  14. Para colher é preciso semear.
  15. O que plantas, isso colhes.
  16. Quem não semeia, não colhe.
  17. Como semeares, assim colherás.
  18. A erva ao vento se inclina.
  19. À erva ruim não seca a geada.
  20. A Erva ruim, não a queima a geada.
  21. A figueira quer a raiz na água e a cabeça ao sol.
  22. A lavrador descuidado os ratos levam o semeado; a lavrador preguiçoso os ratos levam o precioso.
  23. A má erva depressa nasce e tarde envelhece.
  24. A má erva mata a boa.
  25. A maçã podre estraga a companheira.
  26. À noite põe-se muito bacelo, de manhã está todo murcho.
  27. A par de ria, não compres vinha, nem olival, nem casaria.
  28. A par do rio, nem vinha nem olival.
  29. A seu tempo se colhem as peras.
  30. A pera quando madura há de cair.
  31. A seu tempo, vêm as uvas e as maçãs maduras.
  32. A terra cria ervas boas e más.
  33. A terra, posto que fértil, se não descansa, faz-se estéril.
  34. A vinha escave-a quem quiser, pode-a quem souber e estrume-a seu dono.
  35. A vista do dono aduba os campos.
  36. Abóbora semeada na Lua Cheia, dá abóbora e meia.
  37. Alentejo secalhão não dá pão.
  38. Amores de freira, flores de amendoeira, cedo vêm e pouco duram.
  39. Amores de freira, flores de amendoim, cedo vêm e pouco cá ficam.
  40. Ano bissexto, palha e grão cabem dentro de um cesto.
  41. Ano de bugalhos, ano de trabalhos.
  42. Ano de figo toirão, é ano de pão.
  43. Ano de figo torrão é ano de pão.
  44. Ano de muita neve, ano de pouco pão.
  45. Ano de nevão, ano de pão.
  46. Ano de neves, ano de pão e de muitos crescentes.
  47. Ano de rosas, ano de pão.
  48. Ano de Verão, ano de pão.
  49. Ano soão, ano de pão.
  50. Ao pé da silveira, padece a videira.
  51. Aonde alhos há, vinho haverá.
  52. Arco-íris contra a serra, chuva na terra; arco-íris contra o mar tira os bois e põe-te a lavrar.
  53. Árvore que não dá fruto, machado nela.
  54. Árvore ruim não dá bom fruto.
  55. As amoras e o trigo, vêm no tempo dos melões.
  56. Às pancadas, se malha o trigo.
  57. Às pancadinhas se malham os feijões.
  58. As pulgas vêm com as favas e vão com as uvas.
  59. Barriga cheia, feijões têm bicho.
  60. Boa árvore dá bons frutos.
  61. Boa árvore dá muita fruta.
  62. Boa árvore não dá ruim fruto.
  63. Boas sopas se farão, com bom adubo e bom pão.
  64. Bom ano de pão, mau ano de pão; as colheitas o dirão.
  65. Bom estrume e bom lavor, traz tudo num primor.
  66. Cada boa árvore que se planta, é um bom legado que se deixa; o homem completa-se quando: planta uma árvore, faz um filho e escreve um livro.
  67. Cada um colhe segundo semeia.
  68. Caminho trilhado não cria erva.
  69. Casa de pai, vinha de avô.
  70. Castanheiro para plantar deve ir na mão, carvalho às costas e sobreiro no carro.
  71. Cava bem a tua vinha, limparás a carapinha.
  72. Cava-me em pó, amanha-me em lodo, dar-te-ei ano formoso.
  73. Centeio: semeia-me no pó e de mim não tenhas dó.
  74. Cevada grada, ao outro dia segada.
  75. Cevada sobre esterco, espera cento e, se o ano for molhado, perde o cuidado.
  76. Chão pisado não dá erva.
  77. Chuva miúda e neve aturada são bom alimento de terra lavrada.
  78. Coisa que se não vende não se semeia.
  79. Colheitas de ano bissexto cabem todas num cesto.
  80. Com o tempo, amadurecem as uvas.
  81. Da grossura da terra vivem os enxertos.
  82. Da laranja o que quiseres, da lima o que puderes, do limão o que tiveres.
  83. Das cerejas à castanha, bem a gente se amanhã, do castanho ao cerejo, bem mal me vejo.
  84. De boa semente, bom fruto.
  85. De mau grão, nunca bom pão.
  86. De pendão a grão trinta dias são.
  87. De pequenino se torce o pepino.
  88. De ruim árvore nunca sai bom fruto.
  89. De ruim cabaça não sai boa pevide.
  90. De tal árvore, tal fruto.
  91. Deita estrume ao pão que as terras te o pagarão.
  92. Do cerejal ao castanhal bem vai; o pior é do castanhal ao cerejal.
  93. É semear na areia, o cantar a um surdo.
  94. Em ano geado, há pão dobrado.
  95. Em o tempo servindo, até as pedras dão trigo.
  96. Em tal lugar, não quero colher nem semear.
  97. Erva daninha depressa cresce.
  98. Erva má não a empeça a geada.
  99. Erva má, sempre vingará.
  100. Erva ruim não cresta geada.
  101. Erva ruim, cresce muito.
  102. Escave-me quem quiser, pode-me quem souber e cave-me seu dono [diz a vinha].
  103. Estaca nova de oliveira velha, no tempo da flor é cortar e pôr.
  104. Estruma bem e não balizes.
  105. Favas as primeiras, cerejas as últimas.
  106. Faz tua seara, onde canta a cigarra.
  107. Figo para ser bom deve ter: pescoço de enforcado, roupa de pobre e olho de viúva.
  108. Flor caída não volta ao galho.
  109. Flor colhida, fruto perdido.
  110. Folga o trigo debaixo da neve, como a ovelha debaixo da pele.
  111. Fruta madura que fica no pé, passarinho bica.
  112. Grandes árvores dão mais sombra que fruto.
  113. Guarda prado, criarás gado.
  114. Horta e celeiro não querem companheiro.
  115. Inverno com nevão, ano de pão.
  116. Inverno de Março e seca de Abril deixam o lavrador a pedir.
  117. Isso é trigo sem joio.
  118. Lágrimas de sermão e chuva de trovoada caem na terra e não valem nada.
  119. Laranja azeda não dá laranja.
  120. Lua cheia, abóboras como areia.
  121. Lua cheia, não cortes aveia, nem tua nem alheia.
  122. Lua nova muita rama e pouca abóbora.
  123. Má erva depressa nasce e tudo envelhece.
  124. Mais faz o ano que o campo bem lavrado.
  125. Mais produz culta tapada que herdade mal amanhada.
  126. Mais vale a água do céu que todo o regado.
  127. Mata a sede à terra que ela te matará a fome.
  128. Menino e milho no Verão têm frio.
  129. Milho ralo faz do Demo cavalo; e milho basto, o dono andar de rasto.
  130. Milho ralo faz o dono cavalo e milho basto faz o dono andar de rasto.
  131. Muitas vezes a má folha esconde o melhor fruto.
  132. Muito pão ou pouco pão, as colheitas o dirão.
  133. Na terra barrenta a areia é estrume.
  134. Nabo e peixe, debaixo da geada crescem.
  135. Não cresce erva em caminho batido.
  136. Não faças horta em sombrio, nem casa ao pé do rio.
  137. Não há boa terra sem bom lavrador.
  138. Não há coisa que tanto pegue como a silva.
  139. Não há trigo sem joio.
  140. Nasce na hora o que não semeia o hortelão.
  141. Nasce o trigo conforme o semeiam.
  142. Nem erva no trigo, nem suspeita no amigo.
  143. Nem sempre a árvore frondosa dá fruta saborosa.
  144. Nem vinha em baixa, nem trigo em cascalho.
  145. No crescente por diante vides podes enxertar, e em todo o minguante faz muito por podar.
  146. Nunca de má árvore bom fruto.
  147. O bom fruto vem da boa semente.
  148. O bom mosto salta ao rosto.
  149. O castanheiro para plantar precisa de ir na mão; o carvalho às costas, o sobreiro na mão.
  150. O milho quer sol na folha e água na raiz.
  151. O nabo e o peixe depois da geada crescem.
  152. O pé do dono é estrume da herdade.
  153. O primeiro milho é dos pardais.
  154. O que à terra deres já, ela depois te o dará.
  155. O repolho e o cevão têm de ficar prontos no Verão.
  156. O temporão dá palha ou grão.
  157. O vento suão cria palha e pão.
  158. Oliveira não tem folha, o pavão comeu-a toda.
  159. Oliveira, a do meu avô; figueira, a do meu pai; vinha, a que eu puser.
  160. Onde nasce a lagarta aí se farta.
  161. Os amores e o trigo vêm no tempo dos melões.
  162. Para o ano ser de pão, sete neves e um nevão.
  163. Pastor descuidado ao Sol posto junta o gado.
  164. Pau que nasce torto, tarde ou nunca se endireita.
  165. Pé de lavrador não calca seara.
  166. Pelos favais verás o mais.
  167. Pelos teus favais regulas os mais.
  168. Planta mal semeada vem mal medrada
  169. Planta muitas vezes transportada, não cresce nem mingua.
  170. Planta muitas vezes transportada, nem medra nem cresce.
  171. Planta não semeada vem mais medrada.
  172. Poda curta, vindima longa.
  173. Poda na rama, vinho na cama.
  174. Poda tardio, semeia temporão, terás vinho e pão.
  175. Poda tardio, semeia temporão; acertarás quatro anos e um não.
  176. Poda tardio, semeia temporão; se errares um ano acertarás quatro.
  177. Pode-me quem quiser, empe-me quem souber.
  178. Qual a sementeira, tal a eira.
  179. Quando a cevada está grada deve ser logo ceifada.
  180. Quando a cevada está madura, deve logo ser ceifada.
  181. Quando a horta falou, disse que a sachassem mas não regassem.
  182. Quando a Lua minguar nada mais hás de semear.
  183. Quando a Lua minguar não deves semear nem regar.
  184. Quando a Lua minguar, não deves começar.
  185. Quando estão ruivas no mar, pega nos bois e põe-te a lavrar.
  186. Quando não o dão os campos, não o dão os santos.
  187. Quanto mais cresce a árvore, mais sombra dá.
  188. Quanto mais preta é a cereja, mais doce o é.
  189. Quem abrolhos semeia, espinhos colhe.
  190. Quem em boa terra semeia, cada dia tem boa estreia.
  191. Quem em ruim parte tem a vinha, às costas tira a vindima.
  192. Quem guarda bolota, guarda estrume.
  193. Quem mal lavra pouco ceifa.
  194. Quem no Algarve morar, tenha vinha e figueiral com figueira de tocar.
  195. Quem planta boa árvore, bom legado deixa.
  196. Quem planta no Outono, leva um ano de abono.
  197. Quem poda sem colete, vindima sem cesto.
  198. Quem poda tardio e semeia temporão, tem vinho e pão.
  199. Quem quer couves aos braçados, cava-as todos os sábados.
  200. Quem ralo semeia, rala leva a paveia.
  201. Quem semeia basto, gasta mais e colhe menos.
  202. Quem semeia em caminhos cansa os bois e perde o trigo.
  203. Quem semeia em restolho chora com um olho, e eu que não semeei, com os dois chorarei.
  204. Quem semeia misturas, mal pode colher trigo.
  205. Quem tarda muito em lavrar, pouco há-de enceleirar.
  206. Rego aberto meia jeira é.
  207. Respigar também é colher.
  208. Ruim árvore nem o Sol a cresta.
  209. Se não arrancas a silveira, sofre a videira.
  210. Se queres a vinha velha remoçada, poda-a enfolhada.
  211. Se queres boa achega, cava, estruma.
  212. Se queres colher frutos semeia-os primeiro.
  213. Semeia a aveia a fugir, e a cevada a dormir.
  214. Semeia a ervilha a passo de filha.
  215. Semeia a fava a passo de cabra.
  216. Semeia cedo e colhe tardio, colherás pão e vinho.
  217. Semeia nabiças no pó e, por elas, não tenhas dó.
  218. Semeia no pó e não tenhas dó.
  219. Semeia trigo em barral e não ponhas vinho em cascalhal.
  220. Semeia-me na lama, mas faz-me boa cama, diz o trigo.
  221. Semeia-me no pó e de mim não tenhas dó, diz o nabo.
  222. Separar o trigo do joio.
  223. Sol de Deus e sombra de dono fazem medrar a sementeira.
  224. Sol e boa terra fazem bom gado, que não pastor afamado.
  225. Tempo de chuva, tempo de pulga.
  226. Tempo frio e enevoado aduba alqueive e prado.
  227. Terra de fetos, guarda-a para os netos.
  228. Trigo centeioso, pão proveitoso.
  229. Trigo com morrão não faz bom pão.
  230. Trigo loiro, pargo toiro.
  231. Trigo, deita-o na lama que o deitas em boa cama.
  232. Trovoada da terra para o mar, toma os bois e vai lavrar; do mar para a terra, ceva-os bem e vai para a taberna.
  233. Uma boa nevada faz a terra bem estrumada.
  234. Uma maça podre apodrece um cento.
  235. Uma milharada está na barriga de uma trovoada.
  236. Uma milheirada está no cabo de uma trovoada.
  237. Vento Suão cria palha e grão.
  238. Vento Suão não dá pão.
  239. Vento Suão seca a terra e não dá pão.
  240. Verão colhe, Inverno come.
  241. Vessada de sequeiro precisa de chuveiro.
  242. Vindima molhada acaba cedo e aliviada.
  243. Vindima molhada, cedo acabada.
  244. Vindima molhada, pipa depressa despejada.
  245. Vindima, enxuta e fria.
  246. Vinha na Lua Nova podada, nem dá vinho nem dá nada.
  247. Vinha onde pegue, horta onde regue.
  248. Vinha posta em bom compasso, ao primeiro ano dá agraço.

 

Fonte: Análise da Fundamentação Agronómica dos Provérbios Agrícolas Portugueses

Foto: Pixabay

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