Morte de belugas é prova que aquário não tem como fim a conservação, diz cientista

Morte de belugas é prova que aquário não tem como fim a conservação, diz cientista

22 de Dezembro, 2016 0

Belugas

O Aquário de Vancouver perdeu recentemente as suas duas últimas belugas, Aurora e a sua cria Qila. Para Jeff Matthews, cientista e ativista, estas mortes são prova de que o aquário não é, de facto, uma instituição que tem como fim a conservação de espécies. O cientista assinala, num artigo publicado no Huffington Post, que já houve mais de 40 mortes de cetáceos, baleias e golfinhos, no parque. “É cada vez mais difícil conciliar a imagem pública cuidadosamente construída pelo aquário como um líder mundial a cuidar de baleias e golfinhos com a sua crescente taxa de mortalidade, afirma.

A causa das mortes das baleias ainda é desconhecida, mas entre os possíveis motivos apontados pela instituição está o envenenamento que, segundo a mesma, teria sido levado a cabo por ativistas defensores dos direitos dos animais – uma acusação que Jeff Matthews repudia pelo carácter especulativo e sensacionalista e pela sua falta de seriedade. “Serão estas as ações que se esperam de uma instituição científica de conservação de classe mundial? Ou serão as tácticas de relações públicas mais habituais a pessoas que têm algo a esconder?”

O Aquário de Vancouver planeia importar cinco novas belugas da SeaWorld para que estas ocupem o tanque agora vazio.

Naomi Rose, cientista especializada em mamíferos marinhos, do Animal Welfare Institute, diz que estas perdas fazem parte de uma longa lista de mortes de belugas em cativeiro e que evidenciam a necessidade de se proibir esta prática. “São animais do Ártico”, explica. “Precisam de água fria. Precisam de um clima frio. E, em termos gerais, isso é caro.

Segundo a cientista, as belugas em cativeiro são mantidas em condições equivalentes ao Verão do Ártico, sem as variações de estações que lhes seriam naturais no seu habitat original. “Fico tão frustrada quando dizem: ‘Oh, estamos chocados (com esta morte)’, porque acontece tantas vezes”, diz.

O facto do aquário não se ter manifestado contra a construção planeada do oleoduto de Kinder Morgan, que se acredita que vá colocar em risco as populações de baleias ao longo da costa, embora se denomine uma instituição de conservação, leva Jeff Matthews a uma conclusão: “A ciência e a conservação não são tão importantes como vender bilhetes para espetáculos com baleias”.

Em novembro, a SPCA acusou o Marineland de Ontário, igualmente no Canadá, de cinco atos de crueldade contra os animais. Desde a estreia dos documentários “The Cove” e “Blackfish” que cada vez mais pessoas se opõem ao cativeiro de animais marinhos, especialmente de orcas, em parques aquáticos e aquários e a diminuição do público levou a SeaWorld a anunciar, este mês, que vai cortar 320 postos de trabalho.

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