Alunos da escola primária mudam lei da cidade para proteger habitat de borboletas-monarca

Alunos da escola primária mudam lei da cidade para proteger habitat de borboletas-monarca

28 de Dezembro, 2016 0

Com as borboletas-monarca a desaparecer aos milhões nos EUA, a turma do 3º ano da Escola Primária de Emerson, em Westerville, decidiu fazer a sua parte para ajudar estes insetos, seguindo o que muitos especialistas têm recomendado: plantar, no recreio da escola, um jardim de asclepias, as plantas que estas borboletas utilizam como fonte de alimento, abrigo e das quais as suas lagartas se alimentam exclusivamente.

Contudo, os seus esforços foram recebidos com más notícias, quando a professora da turma foi avisada de que as plantas eram, afinal, proibidas pela lei. A asclépia, juntamente com outras seis plantas, é uma “erva daninha nociva”, de acordo com as leis da cidade de Westerville, no estado de Ohio. Se uma autoridade tivesse sido notificada, poderia ter-lhes exigido que cortassem as plantas ou, no pior dos casos, poderia ter-lhes aplicado uma multa de 150€, conta o The Columbus Dispatch.

“Tive tanto medo”, relembra um dos alunos da escola, Gabe Hosni, de 9 anos. Uma das suas colegas chegou mesmo a perguntar se teria tempo de acabar os seus trabalhos de casa na prisão.

Borboleta-monarca
Borboleta-monarca numa asclépia | Foto: Derek Ramsey

O Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA tem incentivado os norte-americanos a plantar asclepias de modo a contrariar o declínio que se tem verificado nas populações de borboletas-monarca no país. Diversas escolas, como a de Emerson, têm aderido a esta campanha. A população oriental destas borboletas, que migra através de Ohio, diminuiu 90% nos últimos 20 anos devido à perda de habitat, assim como a outros fatores ambientais, explica a Divisão de Vida Selvagem do Departamento de Recursos Naturais de Ohio.

Para a turma do 3º ano da Escola Primária de Emerson, a história não podia acabar assim e os alunos decidiram persuadir os membros da Câmara Municipal de Westerville a alterar a lei.
Juntando os conhecimentos que adquiriram nas aulas sobre os ciclos de vida das plantas e das borboletas, sobre o governo e sobre escrita persuasiva, a turma apresentou o seu trabalho final ao público numa reunião do Conselho, que decorreu em outubro. “Estávamos a transpirar, estávamos tão nervosos”, contou Phillip Adu-Acheampong, de 8 anos, o primeiro dos 11 oradores.

Desta vez, os seus esforços foram recompensados: no dia 1 de novembro, o Conselho votou 7-0 para mudar a lei. A mudança entrou em vigor no dia 1 de dezembro de 2016.
“Este foi um processo interessante e educativo para os funcionários, os estudantes, o Conselho e para a comunidade”, disse Bryan Wagner, autoridade para o cumprimento das normas em Westerville.

As crianças esperam, agora, que as outras três cidades de Ohio que proíbem a asclépia sigam o exemplo de Westerville, já que a planta não é considerada nociva pelo Departamento de Agricultura dos EUA e que é tão importante para as borboletas, para as abelhas e para outros polinizadores.

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