Espanha vai ser o primeiro país da União Europeia (UE) a tornar obrigatório o uso de câmaras de vigilância nos matadouros, de forma a garantir o bem-estar animal. O decreto real foi aprovado dia 23 de agosto, por parte do Conselho de Ministros.

A decisão vai incluir 700 matadouros, de acordo com o Governo. Os matadouros de maior dimensão (onde são abatidas mais de 2000 unidades de gado anualmente) terão de ter a instalação do equipamento completa dentro de um ano e os espaços mais pequenos terão dois anos para o fazer.

As imagens recolhidas terão de ser armazenadas no máximo durante 30 dias, o período de tempo estipulado pela Lei de Proteção de Dados e só poderá ser ultrapassado se for detetada alguma irregularidade. Os matadouros terão que permitir o acesso às imagens captadas aos serviços de inspeção se o exigirem.

O Ministério do Consumo, responsável pela elaboração deste decreto, defende que se pretende “garantir o bem-estar animal durante a descarga, transferência, estabulação e atordoamento dos animais”.

Ao longo dos últimos anos, algumas associações de bem-estar e proteção animal denunciaram más práticas em alguns matadouros espanhóis. A Equalia, por exemplo, publicou imagens de um matadouro de Ávila onde os trabalhadores foram vistos a cortar as pernas de vacas ainda conscientes.

Até ao momento, além de Espanha, apenas três países aprovaram a obrigação de câmaras de vigilância nos matadouros: Inglaterra, Israel e Escócia.