Estudantes universitários: Um em cada 10 é agredido pelo namorado(a)

Estudantes universitários: Um em cada 10 é agredido pelo namorado(a)

17 de Fevereiro, 2018 0

O Estudo Nacional sobre a Violência no Namoro em contexto universitário mostrou que mais de metade dos inquiridos (de 1800 jovens universitários) foi vítima de violência no namoro e 37% admitem já tê-la praticado.

“Estamos a falar de 56,5% destes e destas jovens que foram expostos a pelo menos uma forma de violência”, alerta a investigadora Sofia Neves.
“Há aqui um desconhecimento muito grande do que leva a que as vítimas permaneçam nas relações”, lamenta.

A Associação Plano i, também responsável pelo Observatório da Violência no Namoro, recebeu 128 denúncias — 77 vítimas e 51 testemunhas (colegas, amigos, psicólogos) — desde abril de 2017 até janeiro deste ano. Em 92% dos casos as vítimas são do sexo feminino, e em 94% das denúncias os agressores são do sexo masculino.

Mais de metade dos casos reportou violência física, um terço violência social, 27,3% stalking e 17,2% violência sexual. Em 10,9% das situações, as vítimas foram ameaçadas de morte por namorados ou ex-namorados. A forma mais frequente de violência no namoro é a violência psicológica — presente em 90,6% dos casos.

A maioria das denúncias (60,9%) falam de agressões que ocorreram mais do que uma vez, e em um terço dos casos a violência é perpetrada frequentemente.
Ciúmes, foi o motivo mais citado pelas vítimas, em dois terços das situações, os problemas mentais dos agressores (em 35,1%) e o consumo de álcool (em 29,6%).
Uma bofetada, um empurrão, um puxão de cabelos nem sempre são vistos pelas vítimas como comportamentos de violência”, conta a investigadora.

“Há uma resistência muito grande em pedir ajuda, o que faz com que elas lidem sozinhas com a sua própria situação”, explica Sofia Neves. Existe, por um lado, um receio de uma escalada de violência e por outro, uma descrença no sistema e na sua eficácia. Nos casos reportados ao Observatório, em 11,7% foi apresentada queixa às autoridades e em apenas 5,5% das situações foi aplicada uma medida ao agressor.

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