Floresta virgem da Polónia deve deixar de ser Património Natural da UNESCO, diz ministro polaco

Floresta virgem da Polónia deve deixar de ser Património Natural da UNESCO, diz ministro polaco

28 de Junho, 2017 0

Floresta Bialowieza

Depois de a Comissão Europeia ter enviado um “último aviso” a Varsóvia relativamente ao abate de árvores em grande escala na floresta virgem de Białowieża e de ativistas da Greenpeace se terem acorrentado às máquinas de exploração florestal em protesto, o ministro polaco do Ambiente, Jan Szyszko, declarou que a floresta deveria ser despojada do seu estatuto de Património Natural da UNESCO, o qual proíbe a intervenção humana.

“A floresta de Białowieża recebeu o estatuto de Património Natural da UNESCO de forma ilegal e sem que a comunidade local tivesse sido consultada”, disse num comunicado. O ministro anunciou que “uma queixa tinha sido apresentada junto à Procuradoria-Geral” relativamente a esta questão.

Jan Szyszko designa de contraditório o facto de a floresta ter estatuto de Património Natural da UNESCO e pertencer simultaneamente à rede de áreas protegidas Natura 2000 da UE, que, segundo diz, permite o abate de árvores. Esta declaração foi desmentida pela Greenpeace, que declarou que o abate de árvores também não se enquadrava com as normas da rede Natura 2000.

“Esta é uma tentativa do ministro de impor a sua própria narrativa”, disse Katarzyna Kosciesza, do grupo ambientalista ClientEarth.

O ministro declarou ainda que gostaria que a floresta recebesse um estatuto diferente – Património Misto Natural/Cultural – “e não apenas natural porque a atividade humana na floresta é visível a olho nu”.

A floresta de Białowieża inclui uma das últimas grandes áreas da floresta virgem que cobria a planície europeia há 10 000 anos e é lar das mais altas árvores do continente e de 20 000 espécies de animais, entre as quais o bisonte europeu.

De acordo com o governo polaco, a desflorestação a ocorrer na floresta desde maio de 2016 tem como objetivo travar uma infestação de insetos e combater o risco de incêndios florestais.

No entanto, esta decisão controversa tem sido muito contestada por cientistas, ecologistas e até pela UE. Vários ativistas têm alegado que este se trata apenas de um pretexto para a exploração comercial de florestas primárias protegidas.

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