Europa a um passo de proibir pesticidas que prejudicam as abelhas

Europa a um passo de proibir pesticidas que prejudicam as abelhas

29 de Março, 2017 0

Os insecticidas mais usados no mundo poderão ser proibidos na UE, se as propostas da Comissão Europeia, às quais o jornal britânico The Guardian teve acesso, forem votadas favoravelmente pela maioria dos Estados-membros. Os documentos mencionam “riscos agudos para as abelhas” e a proibição poderá entrar em vigor ainda este ano.

As abelhas e os outros polinizadores são responsáveis pela polinização e fertilização de três quartos das colheitas agrícolas do mundo e as suas populações têm sofrido um declínio acentuado nas últimas décadas, devido à perda de habitat, doenças e utilização de pesticidas.

Os inseticidas em questão, os neonicotinóides, são usados há mais de 20 anos e são muito tóxicos para as abelhas.

As propostas da Comissão Europeia (CE), que poderão ser votadas já em maio, foram baseadas nas avaliações de risco da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos, publicadas em 2016, e contemplam a proibição da utilização de três neonicotinóides – imidacloprida, clotianidina e tiametoxam – nos campos, com uma exceção aberta para as plantas cultivas em estufas.

“A quantidade de provas científicas sobre a toxicidade destes inseticidas é tão elevada que não existe nenhuma razão para estes químicos continuarem à venda no mercado”, disse Martin Dermine da PAN Europe. “A PAN Europe lutará, juntamente com os seus parceiros, de forma a obter o apoio da maioria dos Estados-membros para esta proposta.”

Para Matt Shardlow, diretor executivo da organização Buglife, estas propostas são bem-vindas. “A EFSA confirmou mais de 70 riscos elevados nas sementes tratadas com neonicotinóides.”

Um relatório recente realizado por peritos da ONU considerou um “mito” a ideia de que os pesticidas são necessários para alimentar o mundo e preconizou a criação de um novo tratado global para controlar a sua utilização. “Dado o fracasso da indústria de pesticidas em fazer face, ou mesmo reconhecer, o desastre ecológico causado pelos pesticidas neonicotinóides, concordamos que existe uma necessidade premente de uma nova convenção mundial”, disse Matt Shardlow.

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