Os Negócios e a Crise

Os Negócios e a Crise

25 de Agosto, 2011 6
Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorros-quentes.
Não tinha rádio, não tinha televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia os melhores cachorros-quentes da região.
 
Preocupava-se com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e as pessoas compravam e gostavam.
As vendas foram aumentando e por isso comprava o melhor pão e as melhores salsichas.
 
Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender a grande quantidade de fregueses.
O negócio prosperava…
Os seus cachorros-quentes eram os melhores!
Com o dinheiro que ganhou conseguiu pagar uma boa escola para o filho.
O filho cresceu e foi estudar Economia numa das melhores Faculdades do país.
 
Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vida de sempre, a vender cachorros-quentes feitos com os melhores ingredientes e a gastar dinheiro em cartazes, e teve uma conversa séria  com ele:
– Pai, não ouves rádio? Não vês televisão? Não lês jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso País é crítica. Há que economizar!
 
Depois de ouvir as considerações do filho Doutor, o pai pensou: “Bem, se o meu filho que estudou Economia na melhor Faculdade, lê jornais, vê televisão, acha isto, então só pode ter razão!”
Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e, é claro, pior).
Começou a comprar salsichas mais baratas (que eram, também, piores).
Para economizar, deixou de mandar fazer cartazes para colocar na estrada.
Abatido pela notícia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta.
Tomadas essas ‘providências’, as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo até chegarem a níveis insuportáveis..
 
O negócio de cachorros-quentes do homem, que antes gerava recursos… faliu.
O pai, triste, disse ao filho: – Estavas certo filho, nós estamos no meio de uma grande crise.
E comentou com os amigos, orgulhoso: – ‘Bendita a hora em que pus o meu filho a estudar economia, ele é que me avisou da crise…’

Vivemos num mundo contaminado pelas más notícias e se não tivermos cuidado, essas más notícias acabam por nos influenciar ao ponto de nos roubarem a prosperidade.

 
O texto original foi publicado a 24 de Fevereiro de 1958 num anúncio da Quaker State Metals Co.

 

Comentários
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6 comments on “Os Negócios e a Crise
  1. Politikus

    Uma bela história, mas exemplo de muitos casos reais…

    25 de Agosto, 2011
  2. aNaTureza

    Um outro lado da historia tb poderia outro.
    Quantas empresas cujos produtos ate nos fazem mal, sao mais lucrativas que aquelas que possuem de facto responsabilidade "social"?
    Infelizmente o que vejo, e o contrario desta historia, pois um mau produto, normalmente e o mais barato e o que e mais vendido.
    Nao quer dizer necessariamente que tudo o que e caro, e bom.
    Falando de uma maneira generalista.

    Mas esta historia ilustra bem os males deste sistema.

    Façamos sempre o melhor que podemos fazer…

    25 de Agosto, 2011
  3. UniPlanet

    Obrigado pelos comentários!

    Uma boa história que mostra que o medo da Crise pode levar-nos a dar todos os passos errados…

    Talvez esta história se tenha passado numa altura em que o melhor sabor ainda era motivo para o sucesso, ao contrário de hoje em que basta oferecer um boneco para que um mau produto passe a valer como um bom produto…

    27 de Agosto, 2011
  4. Anónimo

    eheh… esta fez-me rir…

    Vivemos num mundo de más notícias porque queremos. Porque raio ouvem/lêem vocês os Meios de Comunicação Social actuais, que são controlados pelas 8 famílias que controlam as principais corporações que existem actualmente… e para estas famílias o interesse é obter cada vez mais dinheiro… e como: com o MEDO.

    Atrás do MEDO vem a reacção: GUERRA

    e atrás da GUERRA vem a fonte de rendimento: ENDIVIDAMENTO=CRIAÇÃO DE DÍVIDAS

    e pronto…

    4 de Setembro, 2011
  5. UniPlanet

    Voz
    Pois é, os media, através do medo, conseguem plantar várias sementes: xenofobia e racismo (ISLAMOFOBIA), guerras, austeridades claustrofóbicas, etc.

    4 de Setembro, 2011
  6. Anónimo

    E pelos vistos a MANADA gosta… basta olhar em redor para ver a Civilização que temos… duma decadência e podridão gigantesca.

    4 de Setembro, 2011
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