O Douro de Miguel Torga

O Douro de Miguel Torga

18 de Janeiro, 2010 2

“O Doiro sublimado. O prodígio de uma paisagem que deixa de o ser à força de se desmedir. Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso da natureza. Socalcos que são passadas de homens titânicos a subir as encostas, volumes, cores e modulações que nenhum escultor, pintor ou músico podem traduzir, horizontes dilatados para além dos limiares plausíveis da visão. Um universo virginal, como se tivesse acabado de nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos montes, ora pasmado lá no fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um poema geológico. A beleza absoluta.”

Miguel Torga in “Diário XII”

Foto: mat’s eye

Comentários
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2 comments on “O Douro de Miguel Torga
  1. Alexandra

    Maravilhosa passagem descritiva deste escritor fantástico numa viagem/poema de "beleza absoluta"…

    22 de Maio, 2010
  2. UniPlanet

    Alguém que tinha o dom da palavra! E que descrevia o Douro e o Marão como mais ninguém…

    23 de Maio, 2010
Responder a UniPlanet